sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Esta semana ocorreu uma coincidência muito feliz. Na quarta assisti ao espetáculo Matéria Obscura e na quinta fui assistir ao filme O Jogo da Imitação no cinema.

Matéria Obscura, dos dramaturgos Oswaldo Mendes e Carlos Palma, traz ao palco cientistas como Galileu, Darwin, Niels Bohr e Alan Turing que fazem suas reflexões sobre um dos maiores enigmas da ciência - a matéria negra identificada no espaço por sua força gravitacional - fazendo um paralelo com o poder de atração do teatro.


Para os autores do espetáculo “a ciência formula perguntas para encontrar respostas; já o teatro usa as respostas para formular perguntas”.

Matéria Obscura faz parte do repertório do Núcleo Arte Ciência no Palco. Para eles, “se a Natureza é passível de ser transformada, cabe ao teatro da era científica mostrar que também, e principalmente, as relações entre os homens podem e devem ser objeto de constantes transformações”. 

Agora vamos ao filme O Jogo da Imitação, indicado em 5 categorias para o Globo de Ouro e 8 para o Oscar.

O Jogo da Imitação conta a história do matemático Alan Turing, pai da computação moderna, responsável por quebrar o código do Enigma alemão e, junto com sua equipe, adiantar em cerca de dois anos o fim da Segunda Guerra.



Turing foi interpretado por Benedict Cumberbatch, o que num primeiro momento, me deixou apreensiva já que a personalidade arrogante, autossuficiente de Turing se assemelha a outro papel interpretado pelo ator na série Sherlock. No entanto, Cumberbatch, conseguiu conduzir perfeitamente o personagem que em nada remete ao seu Holmes. Indicação merecida que não lhe conferiu o Globo de Ouro, mas quem sabe o Oscar… É esperar para ver. 

Quando optei pelas duas programações, em momento algum me ocorreu a ligação entre elas. Li algumas críticas que sugerem erros grosseiros, no filme, quanto ao trabalho do matemático. Não tenho conhecimento suficiente para avaliar isso, então, deixo à cargo dos especialistas (risos). Mas, pra mim, foi muito boa a experiência de perceber as duas artes com suas técnicas e linguagens tão distintas, se entrelaçando e completando-se e, acima de tudo, provando que o entretenimento pode ir muito além do simples divertimento, a arte, seja ela qual for, educa, ensina, prepara, esclarece, abre horizontes.

Quem se interessou em assistir Matéria Obscura precisa correr, pois o espetáculo fica em cartaz apenas até o dia 26 de fevereiro, quartas e quintas às 21 horas no Teatro de Arena Eugenio Kusnet. Entrada franca. Os ingressos começam a ser distribuídos às 20 horas.

Serviço:
Teatro de Arena Eugenio Kusnet
Rua Dr. Teodoro Baima, 94
São Paulo-SP
(11) 3256-9463

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